sábado, 17 de outubro de 2009

Infinita Highway ( para meu amor ora distante ora próximo igual a letra desta musica)

Você me faz correr demais
Os riscos desta Highway
Você me faz correr atrás
do horizonte desta Highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto
Deserta highway
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
E sobretudo a lei
Da infinita Highway

Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só, veja você
que eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E a noite eu acordava banhado de suor
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que já sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos à lei
Da infinita highway

Escute, garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: "Será o corpo uma prisão?"
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Que motivos temos para estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entrelinhas do horizonte
Desta highway (?)
Silenciosa highway

Eu vejo o horizonte trêmulo
Tenho olhos úmidos
Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado
Mas a dúvida é o preço da pureza
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo "não corra"
Não morra, não fume
Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes
Minha vida é tão confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute, garota, façamos um trato
Você desliga o telefone e eu fico muito abstrato
Eu posso ser um beatle
Um beatnik ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso, garota, façamos um pacto
de não usar a highway pra causar impacto.
110,120,160.
Só pra ver até quando o motor aguenta.
Atrás de palavras um chiclé de menta
e a sombra do sorriso que eu deixei,
na silencionsa highway

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Medo e Psicanalise


O medo é uma emoção intrínseca ao humano. Trata-se de uma emoção que acompanhou o curso evolutivo do homem, provavelmente, desde os primórdios da vida. O feto humano já reage com contrações quando estimulado no útero. Isso quer dizer que já no desenvolvimento intra-uterino o ser humano apresenta sinais de conduta individualizada que é o comportamento inibitório. Conhecemos esse comportamento com o nome de medo.

O medo é psicofísico. Toda vez que sentimos medo, imediatamente, nosso organismo apresenta reações características desse sentimento. Dependendo da intensidade do medo, podemos ter uma paralisação momentânea das funções cardíaca e respiratória. A seguir o coração dispara e a respiração acelera. Sobrevêm a palidez que é proveniente da retirada de sangue dos vasos periféricos. O suor pode inundar a pele. Se pudéssemos olhar o corpo internamente, dentre outras reações, poderíamos observar que as alças intestinais se dilatam e cessam as atividades motrizes do estômago. A secreção gástrica fica paralisada e relaxam-se todas as fibras musculares lisas em toda a extensão do tubo digestivo. Há uma abundante liberação de adrenalina na corrente sangüínea. Os vasos sanguíneos se contraem. Continuar...

O medo é, portanto, a mais visceral e talvez a mais antiga emoção do homem. O medo foi necessário para que a espécie humana se preservasse e, sem ele, provavelmente, seríamos uma espécie extinta há muito. Sempre que o ser humano se depara com uma situação que desperta medo, tende a fugir. Mas o homem não foge só porque tem medo, mas também, para livrar-se do sentimento de medo. Essa fuga, ao contrário do que possa parecer, não é uma atitude passiva, mas sim ativa onde o homem apropria-se de seus recursos para superar uma situação de perigo e dela libertar-se, preservando a vida. Entretanto esse comportamento pode ser interpretado de duas maneiras: Por um lado evita que o homem sofra alguns males colocando-o a salvo, por outro, impede que enfrente situações de conflitos que poderiam leva-lo a êxitos que ampliariam seu repertório experimental. Na timidez, por exemplo, as pessoas se protegem de um mal imaginário e ficam impedidas de viver plenamente as experiências que um contato afetivo poderia trazer.

Todos nós, ainda que não tenhamos nos detido para observar, sabemos que o medo é um dos mais eficientes professores que temos. Faz nos aprender com uma velocidade desconcertante. Vejamos um exemplo: Suponhamos que uma criança jovem está andando no quintal de sua casa e é mordida pelo seu cão. Durante muitos meses aquela situação traumática ficará na memória de forma a determinar o medo e a reação de fuga diante de qualquer cão. Ou seja, a criança ficará durante muito tempo aguilhoada pelo medo.

Só com o passar do tempo e na medida em que puder experimentar situações onde se certifique de que nem todos os animais reagem de forma agressiva e que a criança vai, paulatinamente, ganhando confiança para então diminuir o medo. Entretanto, há situações em que é muito difícil erradicar completamente o medo. Muitos medos se imprimem na mente de forma cumulativa e não puntiforme como o exemplo que utilizamos acima, tornando-se assim mais difíceis de serem identificados e tratados.

O medo exerce grande influência sobre tudo no psiquismo humano. Esse sentimento tem atravessado o tempo com o homem e ajudou-o a tecer sua história não só no sentido do progresso como também no sentido da maldade e da destruição. No sentido do progresso pode-se dizer que o medo fez com que o homem criasse cada vez mais condições para preservar-se. Criou recursos para proteger-se das feras, da fome e da instabilidade do tempo e de sua própria espécie. Saiu das cavernas para as choupanas, destas para casas de alvenaria e posteriormente criou castelos com altos muros e grossas paredes. Descobriu as ervas que curavam e muito mais à frente criaram-se os remédios que prolongam a vida. Criou armas, cada vez mais sofisticadas para a caça e defesa.


Indicações Bibliográficas


“A Negação da Morte”, Ernest Becker, Nova Fronteira, 1976.

“Ano 1000, ano 2000: na pista de nossos medos”, Georges Duby, Editora Unesp, 1998.

O autor faz uma revisão histórico e social da Idade Média, em relação aos ao Medos contemporâneos. Feito em cinco capítulos onde fala da Miséria, Medo do Outro, das Epidemias, da Violência e do Além.

“O Medo à Liberdade”, Erich Fromm, Zahar Editores, 1978.

A Justiça Social e seu elo com a educação




Muitos hoje em dia falam em "justiça social"; alguns chegam mesmo a alegar que seja alguma espécie de direito humano imprescindível. Mas o que significa essa tal "justiça social"?

O próprio termo é equívoco, invertendo a ordem natural das coisas. Afinal, o termo "justiça" pareceria indicar que atualmente ocorre uma "injustiça" - que a distribuição supostamente natural eqüitativa dos recursos teria sido deturpada por capitalistas ávidos e/ou plutocratas malvados e/ou a classe média egoísta, de modo que alguns sempre ganhem injustamente mais do que outros. De acordo com os apólogos da tal "justiça social", os recursos deveriam ser distribuídos de modo mais igualitário entre todos os cidadãos de um país, ou, nos casos mais extremos, entre todos os habitantes do mundo.

Uma das mais importantes funções da escola é interagir e articular-se com as práticas sociais, e ao mesmo tempo, relacionar-se ao mundo econômico, político, cultural, e, ser uma fortaleza contra a exclusão social.

Gradualmente a escola deve tornar-se uma síntese entre a cultura experimentada e vivenciada no cotidiano, nas relações entre os pares, nos meios de comunicação, na família, no trabalho, enfim em todas as instituições que educam de maneira informal, e a cultura formal de conhecimentos sistematizados, cujo cerne está na escolarização (processo dentro de uma escola).

O professor tem aí seu espaço, com o papel fundamental de introduzir os alunos nos aspectos significativos da cultura e da ciência, como facilitador do conhecimento e mediador das ações interacionais. A importância da aprendizagem escolar encontra-se no subsídio pedagógico do professor, onde os alunos se apóiam para tomar conhecimento e formar idéias próprias sobre as informações que recebem provenientes da televisão, do jornal, dos vídeos, do computador, da cultura paralela ou extra-escolar. Assim, com o auxílio do professor se abastecem de ferramentas conceituais para analisarem a informação criticamente e atribuírem um significado pessoal e social. É nesse momento que, a escola fará a síntese entre a cultura formal (dos conhecimentos sistematizados) e a cultura vivenciada no cotidiano.

Essa escola deverá preparar-se para a sociedade tecnológica e informacional, implicando saber tomar decisões, interpretar e entender informações, ter caráter de pesquisa, saber trabalhar no coletivo, interferindo criticamente na realidade e transformando-a, preparando para a cidadania crítica.

O aluno, desta sociedade globalizante deve tornar-se um sujeito pensante (capacidades cognitivas, sociais e afetivas), visando ao desenvolvimento do refletir, de maneira que aprenda a construir e reconstruir conceitos, habilidades, atitudes, valores para resolver problemas, dilemas e circunstâncias da realidade.

Como não poderíamos deixar de citar o desenvolvimento integral dos educandos, o ensino/aprendizagem deve respeitar as individualidades, compreendendo que cada ser é único e auxiliando a se prepararem para serem sujeitos de sua história, praticando o respeito consigo mesmo. A escola da era da globalização, tecnologia e informação deve preparar o educando para intervir criticamente na realidade para transformá-la e não apenas para integrar-se ao mercado de trabalho. Esse aluno deverá ter o perfil do cidadão engajado na luta pela justiça social, pela solidariedade humana e para o exercício da cidadania compromissada com o bem comum, abrangendo questões raciais, das minorias culturais, da violência, do meio ambiente, das formas de exclusão social e, das formas de exploração do trabalho humano que ainda acontecem na sociedade capitalista.

O fortalecimento das lutas sociais e a vitória da cidadania dependem de uma abrangência, cada vez maior, de pessoas que possam tomar parte das decisões fundamentais que dizem respeito aos interesses individuais e coletivos. Aceitar sem discriminação a diversidade é o primeiro identificador para a luta pelos direitos humanos. É referência fundamental de mudança de mentalidade, de modificação da configuração do pensar, de sentir, de conduta em relação