domingo, 12 de julho de 2009
Sigmund Freud - O mestre do inconsciente
Médico neurologista e fundador da psicanálise, Freud apresentou ao mundo o inconsciente e explorou a mente humana. Sigmund Freud ficou conhecido como um dos maiores pensadores do século XX e o pai de muitas das teorias psicanalistas aplicadas atualmente. Freud explorou a psique, desenvolveu uma teoria de personalidade, estudou histeria, neuroses e sonhos, entre tantos trabalhos.
SUA VIDA
Sigmund Freud nasceu em 1856 na pequena cidade de Freiberg, na Morávia, então parte do Império Austro-Húngaro (atualmente é a República Checa). Seu pai, Jacob, era um modesto comerciante e sua mãe, Amália, era a terceira esposa de Jacob. Freud nasceu de uma família judaica e foi o primogênito de sete irmãos.
Aos três anos de idade, a família Freud se mudou para Viena, devido ao aumento do anti-semitismo na Morávia. A cidade de Viena proporcionava aos judeus boas perspectivas econômicas, participação política e aceitação social.
Desde pequeno Freud era brilhante nos estudos e primeiro da classe. Devido à sua performance acadêmica e uma preferência de sua mãe, Freud teve o privilégio de ter um quarto só para si, onde pode estudar em paz.
Em 1873, aos 17 anos, Freud ingressou na faculdade de Medicina da Universidade de Viena. Nos anos de faculdade trabalhou em um laboratório de neurofisiologia, até sua formatura, em 1881.
Em 1882, Freud conheceu e se apaixonou por Martha Bernays. Ficaram noivos secretamente até terem dinheiro suficiente para se casarem, o que veio a ocorrer quatro anos depois, em 1886, quando Freud já possuía um consultório particular. Tiveram seis filhos. A mais nova, Ana, confidente, secretária, enfermeira, discípula e porta-voz do pai, também se tornou uma eminente psicanalista.
Antes de se casarem, Freud trabalhou durante seis meses em Paris com o neurologista francês Jean-Martin Charcot. Com este, observou o uso da hipnose no tratamento da histeria e viu estimulado seu interesse para os distúrbios mentais. Nos anos seguintes tornou-se especialista em doenças nervosas e fundamentou a teoria psicanalítica da mente.
Freud obteve um grupo de admiradores e seguidores que se reuniam com ele semanalmente. Entre eles se encontravam Alfred Adler e Carl Jung, famosos psicanalistas que acabaram se desligando de Freud para desenvolver suas próprias linhas. O desligamento de Jung foi muito doloroso para Freud. Eram bons amigos e Freud via em Jung a pessoa que iria continuar a transmitir seu trabalho.
A primeira Guerra Mundial teve um grande impacto em Freud e no movimento psicanalítico. O fim da guerra trouxe grandes modificações político-geográficas e os tratados foram particularmente severos com os países vencidos. Viena sofria de fome, frio e desespero. Voltaram as epidemias mortais, como tuberculose e gripe. Em 1920, Freud perdeu sua segunda filha, Sophie, vitima de uma epidemia. Afetado pela guerra e pela morte de sua filha, Freud escreveu "Além do Princípio do Prazer", onde ele reconheceu o instinto da morte.
Em 1923, Freud passou pela primeira de uma série de cirurgias para extrair um tumor no palato. A partir desse momento Freud passou a ter dificuldades para falar, sentia dores horríveis e desconforto.
Em 1930 publicou "Civilização e seus Descontentamentos", lançando um olhar pessimista e desiludido sobre a civilização moderna à beira da catástrofe.
Com a ascensão de Hitler, Freud, já velho e cansado, não desejava sair de Viena. Em 1938, quando os Nazistas entraram em Viena, Freud, sendo judeu, não teve escolha, a não ser emigrar. Freud foi com sua família para Londres, onde passou o final de sua vida.
SUAS TEORIAS
No esforço de compreender melhor seus pacientes, Freud iniciou um difícil processo de auto-análise. Freud trabalhou com introspecção e interpretação de seus próprios sonhos. Em 1896, Freud utilizou pela primeira vez o termo psicanálise.
Freud acreditava que histeria era uma forma de manifestação da neurose, na qual emoções reprimidas levariam aos sintomas da histeria. Estes sintomas poderiam desaparecer se o paciente conseguisse expressar as emoções reprimidas que lhe impediam de lidar com uma vida normal. Com isso, Freud trabalhou no desenvolvimento de formas que atingissem essas emoções reprimidas.
Freud desenvolveu a livre associação; uma técnica psicanalítica onde o paciente fala tudo que lhe vem à mente e ao falar surge sentimentos e memórias reprimidas. A livre associação é considerada uma das formas de se penetrar no inconsciente, podendo assim trabalhar pela terapia em cima dessas experiências e entender a causa da neurose.
Freud acreditava que a outra forma de penetrar no inconsciente seria através dos sonhos. Em 1899, Freud publicou "A interpretação dos Sonhos". Freud acreditava que os sonhos eram uma manifestação de nossos desejos e trabalhando com eles se podia chegar às memórias e sentimentos profundamente reprimidos.
Segundo Freud, outra manifestação de desejos reprimidos surge através de lapsos de língua e esquecimentos. Freud publicou essa teoria no livro "Psicopatologia da Vida Cotidiana". Nos procedimentos mentais ele não admitia a existência de meros acidentes: o pensamento aparentemente mais sem sentido, o lapso mais casual, o sonho mais fantástico possuem um significado que pode servir para desvendar os segredos da mente.
Freud explorou o conceito de que existe um conflito dentro das pessoas. O conflito seria de um instinto animal, que não seria aceito pela sociedade, causando então uma resistência da pessoa ao instinto. A pessoa reprime o instinto para o inconsciente e procura substituí-lo por outros métodos de compensação. Em sua teoria, Freud identifica vários métodos de compensação.
Em 1905 Freud publicou os "Três Ensaios sobre a Sexualidade". Freud afirmava a importância do impulso sexual, ou libido, vivido nos primeiros quatro ou cinco anos de vida.
Em 1923, quase com setenta anos, em seu estudo clássico "O Ego e o Id", completou a revisão de suas teorias. Formulou um modelo estrutural da mente como constituída de três partes distintas, mas que interagem entre si. Essas partes são o id, o ego e o superego. O id é o inconsciente, o superego é o consciente e o ego é o mediador entre o id e o superego. Essa é considerada a teoria de Freud da personalidade humana.
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