quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Será Deus um delirio?


Religião, Espiritualidade, Religiosidade… são tudo a mesma coisa, certo ?
Algumas definições:

ESPIRITUALIDADE: Compreende elementos não mensuráveis, relacionados ao senso de realidade, significado transcendental, seu lugar e propósito no universo. Todos possuem, mesmo que seja nomeada ou definida de forma diferente.

RELIGIÃO: Expressão particular de crenças espirituais que envolvem códigos de ética, dooutrinas, dogmas, metáforas e mitos. É uma maneira de perceber o mundo.

RELIGIOSIDADE: Nível de envolvimento em uma prática religiosa.

Religião e Saúde estiveram interligados durante séculos. Na idade média, os Cavaleiros Hospitalários, monges guerreiros que comandavam os hospitais em Jerusalém na época das Cruzadas, realizavam as tarefas de um profissional que hoje conhecemos como médico. Instituições mantidas pelo clero eram comuns naquela época, fazendo a dissociação entre fé e cura praticamente impossível. No entanto, aqueles que sofriam de transtornos mentais freqüentemente eram tratados como possuídos por forças e espíritos malévolos. No século XV, com a publicação da obra Malleus Maleficarum, estabelecendo as diretrizes e procedimentos para o manejo dos que estivessem “dominados por forças do mal”, milhares de inocentes foram queimados em fogueiras ou decapitados.

Pensemos a espiritualidade como um destino. A religião seria uma das estradas para este destino. Já a religiosidade seria a intensidade e o grau de compromisso que uma pessoa tem de assumir para utilizar a mesma estrada rumo ao destino.

E o que a ciência diz sobre isso ? As evidências indicam que pessoas que praticam uma religião ou realizam práticas espirituais têm menos chances de adoecer, inclusive com relação aos quadros de transtorno mental. Entre aqueles que se encontram debilitados e/ou internados nos hospitais, os que são religiosos ou espiritualizados têm maior probabilidade de respeitar as orientações dos profissionais de saúde e, por conseqüência, recuperam-se com maior facilidade de suas enfermidades. Filhos criados em famílias com forte influência religiosa têm menores chances de se envolver em atos anti-sociais, consumo de drogas e demais delitos. Lembram daquela idéia de “corpo como lugar sagrado” ? Pois é, é bem por aí.

“Eu não tenho religião! Como posso ser espiritualizado ?”

Ok, mas até um ateu pode ter um sentido na vida. Se a sua meta for trabalhar, construir uma carreira, constituir uma família feliz, envelhecer com saúde e no final apenas descansar os ossos num cantinho onde seus descendentes possam prestar homenagens, isso já seria um sentido ao menos razoável para a vida, não ? Penso serem a essas questões que a espiritualidade vem oferecer algumas respostas e orientações.

Referências:

FREUD, Sigmund. Volume XXI: Futuro de uma ilusão. Texto original: 1927. In: FREUD, Sigmund. Edição Eletrônica Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Versão 1.0.0.26. [S.I.]: Imago Editora, 1997. 1 CD-ROM.

JUNG, Carl Gustav. Psicologia e Religião. Tradução: Pe. Dom Mateus Ramalho Rocha, OSB. 2º. ed. Petrópolis: Vozes. 1978.

Um comentário:

  1. Ola

    Cheguei. Vi. Gostei.

    temática que me interessa (porque gosto) e bem escrito/fundamentado.

    Como candidato a ateu...a religião interessa-me...


    Um prazer o seu blog!

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