quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Janus, Janeiro e o inicio ano.....


A etimologia é clara: a palavra janeiro deriva do latim januariu, que identifica o mês do deus Janus, divindade das portas e portões, das entradas e saídas e do princípio e do fim. Seria, portanto, quem presidiria ao começo do novo ano, motivo pelo qual o primeiro dos doze meses tem adequadamente o seu nome.

Jano Pater para os romanos e um dos deuses mais antigos do panteão latino, ostenta títulos como Geminus, Patulcius, Clusius, Matutinus e Consivius, os quais reforçam os seus atributos de origem das coisas e de divindade dos começos. Figura entre os reis míticos de Roma e atribui-se-lhe uma Idade de Ouro de completa honestidade entre os homens, abundância e paz e a autoria de avanços civilizacionais como a navegação, a moeda, as primeiras leis e o cultivo do solo. Durante a guerra de Rómulo contra os sabinos - causada pelo rapto das mulheres destes - diz a lenda que o deus interveio para salvar Roma, fazendo brotar na colina do Capitólio uma nascente de água quente que jorrou em direção aos atacantes. Com base nesta história e por iniciativa do imperador Octávio Augusto, os romanos preservaram a tradição de manter abertos os portões do templo de Janus em tempo de guerra, caso o deus desejasse intervir.

Na qualidade de guardião de todas as portas, ele protegia o lar, presidia a ritos de passagem, era invocado na abertura das cerimonias religiosas, no início de projetos e de campanhas e em muitas outras ocasiões que constituíssem novos começos. Janus era o deus dos portões e portas. Ele era representado por uma figura com duas faces olhando em direções opostas. Seu nome é o radical da palavra inglesa "January" que significa Janeiro (o mês que "olha" para os dois anos, o que passou e o novo ano).

Em Roma, os templos dedicados a Janus eram numerosos, o mais importante é conhecido como o Geminus Ianus, com uma estrutura em portão, dupla (uma porta de frente para o sol nascente e o outro, o sol poente), encontrada no Fórum Romanum através do qual os legionários romanos marcharam para a batalha. Este templo teve uma serventia particular, uma função simbólica. Quando as portas do templo eram fechadas, significava que a paz reinava dentro do Império Romano. Quando os portões eram abertos, isso significava que Roma estava em guerra. Entre os reinados de Numa e Augusto, os portões foram fechados apenas uma vez. Janus também tinha um templo no Fórum Olitorium e algum tempo durante o primeiro século, outro templo foi construído em sua honra no Fórum de Nerva. Este templo em particular, tinha quatro portais conhecidos como Quadrifons Ianus.

Assim, agora que estamos nos primeiros dias de Janeiro de 2011, o Universo Filosófico presta com esta entrada a sua homenagem ao deus Janus, saudando-o com um adoratio virtual, e sugere esta página a quem queira honrá-lo com um elaborado e pagão ritual romano, mas nunca soube como.

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